Há, é possível, é aqui.
A mente impregnada de eu, de ego.
Se fecha, se protege, se defende.
E ataca, sempre que se sente ameaçada.
Ela age no campo do dar e receber.
Este é o padrão do campo egoico, um campo de troca.
Neste campo o amor não é visto.
Há muito do que se proteger, há muita desconfiança.
Viver neste campo, demanda atenção constante.
Um vacilo, e você pode se sentir menor, inferior, perdendo.
E no campo do ego, do dar e receber, não se pode perder.
No campo do ego esta placar é infalível.
Há sempre uma contabilidade acontecendo.
O ego não perdoa, não esquece.
Ele finge que esquece, e finge saber lidar, nunca perdoa.
E portanto fica preso.
Cria e alimenta um sentimento de vingança.
Mesmo aqueles que se sentem falsamente perdoando, falsamente esquecendo.
O ego é muito sagaz, ele te faz acreditar que esqueceu.
Mas ele carrega este “ponto” querendo dar o troco.
Neste campo estamos identificados e este “ponto”.
Nos sentimos como se estivéssemos verdadeiramente perdendo o jogo.
E assim vive nossa sociedade.
Em um constante jogo, querendo ganhar.
Em uma constante guerra, com aparente momentos de falsa paz.
E assim será, até que se perceba esta ilusão.
Até que se veja a miséria.
Do campo egoico nossos pensamentos estão sempre presos na não confiança.
Nossas palavras portanto saem deste lugar.
Carregadas de medos e inseguranças.
Vê o peso deste campo?
Vê a angústia que gera?
Vê o sentimento de impotência?
Nos apegamos a este medo, a esta insegurança.
E o que damos? Insegurança, medo, não confiança.
E o que recebemos? Insegurança, medo, não confiança.
É assim que vive nossa sociedade.
Presa na guerra, presa no inferno.
Inconscientemente retroalimentando o inferno.
Inconscientemente construindo o próprio inferno.
Almejando um paraíso…
Que neste campo, não passa de um sonho.
Inatingível!
Não se trata de otimismo ou pessimismo.
É apenas o que é.
No campo egoico nunca haverá paz.
Nunca haverá o Paraíso.
Nunca, nunquinha…
Embora o Paraíso esteja sempre disponível, aqui e agora.
A ocupação e preocupação da mente não te deixa vê-lo.
Renda-se ao medo. Renda-se a insegurança. Renda-se ao ego.
E o que fica?
Fica o que existe, cessa a ilusão.
Fica o amor, cessa a guerra.
Fica a confiança, cessa a não confiança.
Fica o Paraíso, cessa o inferno.
Basta querer ver, basta confiar.
E do amor, sai apenas amor.
O amor da confiança.
O amor da colaboração.
O amor da compreensão.
O amor da certeza que você será cuidado e amado.
O amor da certeza que você cuida e ama.
E se deste lugar, se troca apenas amor.
O que se pode esperar?
A vulnerabilidade plena.
A confiança plena.
A segurança plena.
A colaboração plena.
A vida plena.
O amor, pleno, como é.
Que da sem nada esperar.
Tudo dá, tudo recebe.
O Paraíso pleno.
A realidade, não o sonho.
Vê?